domingo, 18 de novembro de 2012

Sentimentos Tardios



Foi numa noite fria e chuvosa, sentados num aeroporto que te abri a minha alma, o meu coração, que senti mais do que nunca que fazias parte dele, que o enchias de felicidade, foi assim que te dei a conhecer o meu eu. Foi nessa noite num longo e perturbado regresso a casa que percebi que te queria não agora, não ontem, não amanhã mas sim para sempre a meu lado! E foi nesta ilusão tardia que te deixei partir sabendo que se aquele avião levantasse voo contigo nunca mais te teria...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Memórias de ti!




Deitado sobre o sofá, sinto o meu corpo relaxar, com cada músculo do meu corpo cedendo lentamente à doce sensação que me envolve.
Sinto-te em mim. Sinto o teu beijo doce e quente na minha boca a incendiar-me o peito, fazendo-me perder a noção da realidade. Sinto o teu toque trémulo na minha pele libertando-me das amarras que me ferem o peito. Vejo o teu olhar terno e toda a minha alma se ilumina.
Tu és assim.
Fazes-me acreditar no Céu quando tudo o que pensava existir eram estes caminhos de terra áspera e seca… como te quero… como me quero perder nos teus braços e entregar-te a minha alma e o meu coração…
A memória do beijo volta e o meu corpo fecha-se sobre si mesmo, tentando prendê-la no meu peito.
- Não partas – peço, num sussurro mudo que me alivia o coração. Mas as palavras desvanecem
sem o calor da tua presença e novamente eu fico sozinho, longe de ti.                                                                                            

Apenas Cansaço



Estou cansado de sonhar, de desejar, de te querer e não te ter.
De nunca saber se pensas ou não em mim, se à noite adormeces com saudades no peito ou te deitas com outros homens.
Depois de todas as palavras e de todas as esperas, fiquei sem armas e sem forças. Sobra-me apenas a certeza de que nada ficou por fazer ou dizer, que os sonhos nunca se perderam, apenas se gastaram com a erosão do tempo e do silêncio.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Medos e Sentimentos




De uma forma subtil e amedrontada deu o passo final, entrava assim naquela sala enorme envidraçada. Parou na entrada pelo sentimento de vergonha e medo, observando o formato da sala, os vidros colocados ao alto perfeitamente desenhados lado a lado, o beiral que os contornava  o cavalo usado pelos saltos, o soalho de madeira gasto pelas inúmeras vezes que ali pousaram os mais delicados pés, pelas quedas violentas que deram, pelo suor, paixão e amor que aquele soalho viu correr.
Olhando para o fundo da sala observou o que lhe enchia a alma, de uma forma esbelta única e perfeita dançava aquela jovem por quem ele se tinha apaixonado, após inúmeras relações de uma noite só, depois de tanto suor largado corpo a corpo!
Pensava ele se deveria de se aproximar de ir falar com ela, como poderia ela o aceitar após saber tanto sobre ele, após saber naquilo que ele se tornara agora, após a beleza ter desaparecido! O mundo parou naquele momento de profunda mágoa! O tempo suficiente para ela reparar nele, para ela se aproximar!
 - Nunca te poderei dar mais do que isto, do que esta cara desfigurada pelo acidente!
 - Nunca te pedi o teu rosto, pedi o teu ser, continuo a amar-te, continuo a querer-te, a desejar-te sem me preocupar com o teu rosto, apaixonei-me por ti não pelo teu corpo!
Atirando-se assim para os braços dele, deixando-o perplexo, estupidificado mas feliz como poderia ele deixar fugir aquele momento, aquela felicidade, o desejo que ardia dentro dele, só sabia uma forma beijando-a com a mesma intensidade que a amava!

Luxos!





Escrevo ao som do queimar de mais um cigarro, o momento em que sinto o mundo, me sinto a mim e junto o prazer de um cigarro ao gosto único do escrever, sobre o quê? Não sei, talvez sobre um momento, sobre um tempo, um sentimento, um prazer, escrevo apenas pelo prazer que me dá, pela satisfação única que sinto, apenas mais um momento, um desejo, uma frustração, um requinte que me dou ao luxo de o ter.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Vontades e Palavras




Cedo à vontade de escrever, ao luxo de tirar pedaços de mim e transpor em palavras, em meras letras fictícias.
Cedo à vontade da minha alma, de regurgitar momentos, sentimentos, sonhos ou apenas especulações, coisas passageiras nada mais.
Cedo à vontade do meu corpo, de observar, sentir, cheirar e mesmo de saborear cada letra que transmite a imensidão de cada estrela.
Cedo à vontade do meu pensamento, construindo imagens de possíveis futuros próximos, jogando jogos mentais sobre as situações, retalhando cada detalhe do que tudo o resto observa, sente e saboreia.
Cedo à vontade de ... apenas cedo à vontade do meu ser e da forma construtiva e intuitiva que tem de antever, construindo e pensando em situações.
Enfim cedo à vontade mais uma vez da arma mais perigosa a que é capaz de unir países, homens e mulheres, mas também é capaz de separar e criar o caos...
Sim essa arma tão poderosa e conhecida como sendo : A Palavra!

Às vezes

Às vezes não sei o que te dizer. Porque, às vezes, duvido de tudo, questiono tudo o que me rodeia e sinto medo. Às vezes não sei encontrar as palavras para te ler. Não sei ver nos teus olhos aquilo que quero acreditar que sentes. Há momentos em que os sinais se misturam e nada do se move à minha volta se encaixa. Tudo se mistura numa sinfonia sem maestro. E por breves instantes nada do que represento sou eu.

Se eu pudesse!

Se eu pudesse deixar correr a minha loucura! Se eu pudesse destruir o tempo incerto, os sonhos pisados, os pesadelos guardados no meu sorriso desnorteado. Se eu pudesse transpirar num respirar profundo o descontrolado que é a existência no mundo. Se eu soubesse fugir correr à toa e partir-me, destroçar-me, esconder-me e perder-me. Se eu soubesse viver eu corria, saltava, gritava, fugia, chorava, ria, lutava, andava ou parava.
Apenas se eu pudesse.... talvez fosse eu!